08 novembro 2011

Aqüífero Guarani

Uma advertência de especialistas da Universidade de São Paulo precisa ser levada a sério e exige providências urgentes: o uso de água do Aqüífero Guarani pode tornar-se inviável em 50 anos, pois o consumo é 13 vezes maior que a recarga. E pelo menos 100 cidades brasileiras são abastecidas por esse Aqüífero subterrâneo, que vai do Centro-Oeste ao Sul do país e se estende pelo Uruguai, Argentina e Paraguai.


As cidades em risco ficam nos Estados de São Paulo, Minas, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. A mais ameaçada é Ribeirão Preto, onde a água subterrânea é a única fonte de abastecimento público. Mas há outras cidades abastecidas totalmente pelo Aqüífero, como Sertãozinho e Matão. Em São José do Rio Preto, Araraquara, Bauru, Avaré, Tupã e Marília o abastecimento é parcial. Sem falar na cidade de São Paulo, onde já há milhares de poços.


Não são apenas residências que se abastecem desses poços. Os maiores usuários estão hoje no agronegócio, onde se perfuram grandes poços artesianos, principalmente para irrigação de lavouras – e ali as taxas de desperdício e evaporação são altas.
Para complicar mais um pouco, estudos mais recentes mostram que o aqüífero não é contínuo como se pensava – é compartimentado. E sendo assim, o uso maior em certas regiões pode não ser compensado pela recarga em outras áreas.


É preciso mudar a postura em relação às águas subterrâneas. Hoje, quase não há fiscalização do poder público. Os poços são perfurados quase livremente e não se controla a quantidade usada. Os governos têm um alto débito nessa área. Mas os cidadãos também devem entender que precisam colaborar para evitar um cenário indesejável nas próximas décadas.


(Fonte: Repórter Eco)

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