31 maio 2010

Crianças sofrem com doenças à margem do Rio Sarapuí


Elas já nascem à margem: à margem do rio, da saúde e da vida. São as maiores vítimas da vingança do Rio Sarapuí. Inocentes, brincam ao lado do inimigo, entram em suas águas contaminadas, recebendo de volta todo o veneno que vem sendo há anos despejado nos seus 36 quilômetros de extensão. Por meio desse contato, as crianças conhecem, logo cedo, as cólicas das gastroenterites, o desconforto dos vômitos, os calafrios das febres, as coceiras das doenças de pele e os prejuízos nutricionais das verminoses. Na escola, isso se reflete na dificuldade de aprender.

Em seus 2 anos e 9 meses de vida, morando diante do rio, na Chatuba, Mayara adquiriu otite crônica, já foi internada com celulite na perna — uma infecção grave na pele, que pode evoluir para infecção generalizada — e teve diarreia crônica. A menina caiu nas águas poluídas do Sarapuí aos 6 meses, quando engatinhava em suas margens. Desde então, chora quase todas as noites, com dores no ouvido.

(...)

Infecções que se repetem

Segundo o pediatra infectologista Edimilson Migowski, professor da UFRJ que examinou Stefani e Mayara, o contato com a água suja do rio faz com que as meninas estejam sempre se reinfectando:

— É um problema relacionado ao ambiente em que elas vivem. E o uso recorrente de antibióticos cria condições para o aparecimento de bactérias resistentes. Há o risco de surgirem doenças mais difíceis de serem curadas.

Notícia completa disponível em: http://extra.globo.com/geral/casosdecidade/posts/2010/05/31/criancas-sofrem-com-doencas-margem-do-rio-sarapui-295868.asp

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